Lena d’Água é uma das artistas que consegue transpor através da sua música o cerne agridoce da vida. Lusitânia é um álbum encantador que reflecte o universo musical de Lena D’água de forma ingénua e deliciosa, com arranjos magistrais, complexos e leves ao mesmo tempo, as canções deste álbum mexem, agitam e revolucionam o dia em que o escolhemos ouvir. Lusitânia principia com o divertido e badalado tema, Ajinomoto com letra e composição de Luís Pedro Fonseca, e onde a versatilidade e imaginação vocal de Lena d’Água encontra um veículo perfeito para nos fazer vibrar. Apesar de começar numa nota optimista, o álbum encerra com o brilhante, melancólico e épico tema Lusitânia, onde as notas vocais e o som da voz de Lena d’Água ecoa como um espírito benigno na floresta de sons orquestrais.
Não há uma única faixa que seja considerado “filler” e de realçar a qualidade lírica com pregões e mantras que dão que pensar, tais como nos versos:
“Novo por não ser velho
Fresco por não ter calor
Quem liga muito ao espelho
Julga que se vê melhor
Para provar o sabor do perigo
Faço o que é proibido
Para quebrar um tabu antigo
Faço o que é proibido”
É um disco que me deixa muito feliz por fazer parte da minha vida e que continua a exercer um fascínio irresistível, por mostrar que a vida não pode permanecer sem melancolia, mas também se torna insuportável sem alegria. Faz-se então uma mistura, vamos fazendo, vamos andando o melhor que sabemos e por bem. Mágico.


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